terça-feira, 23 de novembro de 2010

Feche os olhos para Olhar

análise dirigida de: Feche os Olhos para Olhar.

Assessoria de Imprensa: O atual espetáculo da desCompanhia de dança feche os olhos para Olhar, mais que uma reflexão é uma construção viva sobre o olhar que vai se revelando através de uma organização espontânea. Como uma espécie de jogo, o espetáculo é uma experiência em tempo real, traz um sentimento de estranheza devolvendo na mesma proporção um estado de atenção, um olhar de espanto, um olhar de coisa nova. Trata-se do olhar que se faz no toque, na relação, nos sentidos e acima de tudo na percepção.
O olhar em questão é o ver que se abre para as qualidades dos outros sentidos. O que olho quando vejo? Onde está seu olhar nesse instante? Estas questões estão presentes no espetáculo não para serem respondidas, mas para se tornarem realmente vivas para cada um de nós. Uma presença orgânica nascida da percepção do momento.
O interesse pelo olhar nos proporcionou uma grande aventura por vários universos: da literatura explorando a poesia de Sergio Fingermann e de Alberto Caeiro, da filosofia mergulhando de corpo e alma nas obras de José Gil, Merleau Ponty e Georges Didi Hubermann, das artes plásticas refletindo sobre apreensões nas obras de Cézanne e Paul Klee. E é para compartilhar essa aventura que a desCompanhia de dança convida o público a fechar os olhos para olhar.

Ficha Técnica
Direção e Criação: Cintia Napoli
Bailarinos/Criadores: Juliana Adur, Peter Abudi e Yiuki Dói

Por mim: Primeiro contato com o Teatro Cleon Jacques, propriamente dizendo. O lugar é privilegiado, contando com uma vizinhança belíssima (o Parque São Lourenço, o Colégio Santa Maria e o Mercadorama). A delimitação do espaço platéia/palco já foi diferenciada. Ao se entrar no palco, pela porta dos fundos, os atores já estavam deitados no chão, em meio a passagem, sorrindo e cumprimentando a todos que os fitavam. Havia cinco pequenas arquibancadas, três do lado direito, duas do lado esquerdo, de quem entra. Algumas com bancos, outras com cadeiras divididas. Assim que a última pessoa se acomodou, a porta fechou rapidamente e o espetáculo se iniciou. O trabalho, como qualquer outro de qualidade profissional (ainda preciso procurar uma definição melhor pra isso que quero dizer) começou frio. “Lógico” pode dizer algum desavisado. Acontece que a primeira vista não dá pra saber o que vai acontecer. E conforme vai acontecendo, no começo, é chato. Sim, chato. Mas é aquela fase necessária pra te tirar da sua realidade cotidiana, dos pensamentos que te atrapalham até ali. É pra você achar chato mesmo, enquanto eles se preparam. Eles os atores, dançarinos, tudo resto. Veja como é eficiente: eles têm sua atenção pra achar que ta ruim. Agora podemos começar. Uma menina e dois rapazes. O Yuki, a moça e o cara desengonçado, mais durão. Começa com a moça. A ênfase. Ela começa de saia larga e coturno. O piso de madeira faz muito barulho. Faria, se ela não tivesse uma leveza que chama atenção. Cada vez que ela pisa no chão tem uma leveza junto de uma firmeza impressionante. Cada movimento é bastante cuidado. Eu sempre me pergunto se isso é ensaiado. Se sim, como que se ensaia uma coisa tão abstrata. Será que nas outras apresentações foi igual? De forma positiva de se perguntar. Agora começam os três a interagirem juntos. Começa algum indício de história. Há a porta aberta nos fundos, dois espelhos retos-móveis e cumpridos perto dessa porta. Agora começo a reparar realmente nos objetos cênicos. Na composição do palco. Duas mesinhas, uma arara de cabides, uma gelatina amarela sobre a mesa. Do outro lado duas moças cuidando do que parecia ser a sonoplastia e iluminação. Nada de se esconderem. Em frente a elas, um pequeno tablado com uma pequena mesa, uma chaleira e uma xícara. Sobre cada uma das duas mesinhas um aquário com tiras de papel vermelho dentro. Os três retiram uma das tiras de papel de dentro do aquário, cada um uma tira. Cada um lê a sua própria discretamente. Uma nova interação entre os três começa, a princípio confusa. Depois ainda continua confusa. Hehe. Então um dos três vai até o fundo esquerdo da mesa do som, onde agora reparemos várias linhas escritas. Cada uma descreve um movimento/ação. O cara desengonçado foi o primeiro a ir até lá, disse o que ele tirou no papelzinho e marcou como já feito no que estava escrito na parede. Repetiu com o de cada um, que disse o seu alto. Agora a moça propõe que fechemos os olhos. Ela descreve os movimentos que faz/fará ou que o valha. Uma seqüência que vamos acompanhando com a mente, sabendo exatamente o que ela estaria fazendo, com nossa imaginação. Quando abrimos os olhos, ela repete as ações que ela acabara de descrever. Assim que ela termina, o Yuki toma a cena. Ele começa numa espécie de solo. Então o rapaz desengonçado e a moça falam, como se fossem jornalistas, sobre quem é e o que parece Yuki. O japonês nascido na Bahia é um magricelo, muito magro, com movimentos extremamente leves. O pesado dele é mais leve que o leve que estou acostumado. Mas mesmo assim ele tem um equilíbrio que produz uma firmeza impressionante. Ele flutua pelo chão. Conforme iam colocando as características que atribuíam a ‘quem é o Yuki’ a dança ia mudando o ritmo. Ele ia se afetando da fala e conteúdo. Quando ele acabou, o cara desengonçado começou. O que achei que ia ser a mesma coisa e tal. Aqui é onde eu re retrato com ele. O cara pegou a moça pra dançar. Sério. Desengonçado pra dançar solo, porque em dupla... o cara moeu. Foi um tango contemporâneo. Imagine um dançarino de tango. Agora imagine um dançarino da Gotan Project. Era isso que ela era. Na hora só me vinha SEXO na cabeça. “Como assim?”. Realmente não sei explicar. A coisa fluía em dupla de uma maneira maravilhosa. Tudo bem, eu gosto mais de dança não-sólo. A próxima parte foi repetições do que foi feito anteriormente. Das tiras de papel, das interações, das frases na parede. Até que termina usando uma projeção direcionada, que vai indo até o teto. Sim, ele usaram o teto. Parafraseando o mais notável garoto propaganda da televisão brasileira, Fausto Silva, “Olôco meu”.
Análise poética.: Eu não escrevi do jeito que eu queria na análise anterior. Cada vez mais que passa o tempo com aula de expressão corporal e Fap como um todo, a concepção de moderno vai mudando. A minha. Hoje eu acho que concluí alguma coisas importantes. Principalmente uma, que vai ser o que terminará o diário de classe da primeira até a última aula da matéria. Ainda não teve, eu sei. Mas a conclusão me satisfez. Vou apostar em uma lauda só, para todas as aulas. Aqui é análise da peça, não é? Sim, é. Mas foi essa peça que me mostrou aonde a gente pode chegar se caminhar mais nessa linha da aula. Essa análise poética é assim, porque ela se trata de sentimento. Do meu sentimento, porque a análise é minha. Cada palavra que sai aqui vem de algum lugar novo, de sensação que foi produzida depois de ser afetada, como bem ouço sempre dizer nas aulas. Eu quero lembrar do que eu senti durante a apresentação e achar alguma obra que diga alguma coisa sobre o que eu quero expressar. (uma hora depois)
- Achei!
Aqui vai, cortesia do chapéu alheio:

O Intransigente

Não me chame de intransigente
Nem tente entender o que eu falar
Não pense que o mar e tão imenso
Pois tudo que eu penso é bem maior

Pensar que uma flor é um sinal
É um erro que te faz contente
Não me leve a mal, mas nunca achei
Que todo amor é uma semente

Reze pro teu santo protetor
Se pensas que a dor vai te levar
Pro eterno azul mais que distante
Não existe lá lá lá lá lá!!

(Oneide Diedrich)
Máu-ri.
Postando um trabalho da Facool
Sim, eu realmente entreguei isso.
Sim, eu acho bonito.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

In on It

Análisis da Peçis: IN ON IT

Sinopse Editoriáica: Chega à capital paranaense neste final de semana o espetáculo In on it, dirigida por Enrique Diaz. A peça apresenta uma narrativa em espiral em que dois grandes atores, Emilio de Mello e Fernando Eiras, assumem dez identidades diferentes. Depois de desconstruir clássicos em seus mais recentes, e premiados, espetáculos (Ensaio.Hamlet e Gaivota – tema para um conto curto), o ator e diretor Enrique Diaz se debruçou sobre In on it, obra do autor canadense Daniel MacIvor. O espetáculo foi descoberto por Diaz numa viagem a Nova Iorque. “Quando vi a peça em Nova Iorque, anos atrás, achei-a interessantíssima: alguma coisa incompleta, mas que seduzia pela maestria no jogo dos níveis de interpretação e pela metalinguagem. Dois atores, atuações complexas e um universo poético muito sensível. Anos mais tarde, fui com Ensaio.Hamlet para o Under The Radar Festival, festival de artes onde o Daniel MacIvor se apresentou no ano seguinte. A partir daí comecei a costurar a possibilidade de montar a peça no Brasil”, conta o diretor. (leia a matéria – www.parana-online.com.br)

Ficha Técnica
texto: DANIEL MACIVOR tradução: DANIELE ÁVILA direção: ENRIQUE DIAZ elenco: EMILIO DE MELLO e FERNANDO EIRAS iluminação: MANECO QUINDERÉ cenografia: DOMINGOS DE ALCÂNTARA figurino: LUCIANA CARDOSO trilha sonora: LUCAS MARCIER técnica alexander: VÁLERIA CAMPOS coreografia: MABEL TUDE consultoria de movimento: MARCIA RUBIN programação visual: OLÍVIA FERREIRA e PEDRO GARAVAGLIA – RADIOGRÁFICO fotografia: DALTON VALÉRIOassessoria de imprensa em SP: MORENTE FORTE assistente de direção: PEDRO FREIRE estagiária de direção: CÉCILE DANO iluminador assistente: LEANDRO BARRETO assistente de cenografia: RAFAEL MEDEIROS assistente de figurino: DENISE TUPINAMBÁ assistente de programação Visual: BÁRBARA ABBÊS e MÔNICA PUGA operador de luz: CARLOS MORAES operador de som: ROBERTA SERRETIELLO contra-regra: DOUGLAS MARIANO direção de cena: RICHARD SANTIAGO produção executiva SP: ROBERTA KOYAMA direção de produção SP: HENRIQUE MARIANO direção de produção RJ: ROSSINE A. FREITAS produção: ENRIQUE DIAZ

Por mim: No meu preferido Teatro da Caixa, no meu dia da semana preferido (Domingo) com algumas das minhas companhias que eu mais prefiro. Em um dia de tempo bonito, com friozinho característico da noite curitibensis e muito glamour no ar. Presente no Festival de Curitiba, só que sem a minha visência (eu não pude ir ver), aproveitei para conferir esse espetáculo que estava novamente por essas bandas. Essa peça. Sei lá... calma. São dois atores, com texto sem ser despretensioso. Também. São quatro atores. A iluminação e a parte sonora são incontestavelmente mais duas figuras de fato. E que falam. A palavra chave dessa peça é sincronia. Perdoem essa minha análise de hoje, depois de bastante tempo sem atualizações, já volto atropelando os bois. E nem me dei ao trabalho de tentar esconder minha parcialidade. Essa peça é um trabalho pra uma vida. Não dá pra levar em paralelo. O peso de cada ação em cada cena, a sincronia de cada passo, e digo dos QUATRO atores, é felomenal. A história passa em três momentos/tempos diferentes, como bem dizem as sinopses e coisas e tais. São entrelaçadas de forma a parecerem muito claras. Sai-se sem dúvidas do que foi apresentado. Mas pensando bem, mesmo ao ler de novo o livreto da peça, fica difícil relacionar o que foi visto com qual momento.Parece confuso né. E é. Só que os dois monstrinhos dos atores deixam isso de um jeito que agente entende tudo. Falando neles, deixa eu resumir em muitas linhas. Trabalho de sincronia é impressionante (de novo) (é, denovo). Eu consegui reparar na movimentação deles em relação à luz. O espaço era tão ocupado pelos corpos que ficou complicado notar a falta de cenário físico. É a minha justificativa dos dois outros personagens: a luz e o som. Cada vez que um personagem entrava em cena,absolutamente sabíamos EXACTAMIENTE onde se passava a situação. Pode conferir: o consultório médico, o lugar gramado das trocas de passes de beisebol, o restaurante, a sacada da frente da casa, o bordel, a casa de um, da amiga, o próprio teatro, e arrisco colocar um lugar adimensional no qual se passa vários entre cenas. Pensando então, o cenário aparecia ali, derrepentemente. O trabalho corporal tanto (no pessoal quanto no profissional) na interpretação, na mudança brusca de clima, na firmeza adequada de cada movimento, na maldita assustadora sincronia entre tudo, foi muito bem trabalhado em cada pequeno detalhe. O final da peça é surpreendentemente surpreendente. Meu mais maior atributo de encanto é o controle total com que os atores (4) conseguiam sem mais nem menos construir/começar tudo de uma vez, e com a mesma rapidez interromper/desconstruir uma cena inteira. Tipo assim, o cara derrepente é o doutor e o outro o paciente assustado/com raiva, que recebe a notícia//agora voltaram ao lugar adimensional criticam as atuações, e recomeçam no restaurante, com todo o clima mudando assim (plac! [dedos estalando]).

Doravante: Contrariando a contrariedade de não ir rever peças já anteriormente vistas, vá que provavelmente você me encontre lá de novo.

Máu-ri
Todo mundo chorou
Voltando as aulasArtes Cênicas Emocionantes

quinta-feira, 1 de julho de 2010

"Obsceno eu público"

Análise da Peça: Obsceno eu público.

Sinopse: "Obsceno Eu Público" traz para cena discursos que marcaram os anos 70, 80 e 90, mixando biografias de personagens e atores a histórias do Brasil. O ator, Mauro Zanatta, apresenta: “representantes” do povo, senhores da guerra, o embate entre o velho e o novo, o processo de “lobotomização” na alfabetização cultural das gerações dos “pequenos peleguinhos”, relações de amor, culpa e abandono na família. Neste espetáculo o “eu” do ator chama à cena o que geralmente ficaria nos bastidores. Com poesia e sátira confessa sua “crise de identidade” na política e na arte, comunicando o imaginário do teatro com o cotidiano vivido pela sociedade, tornando-se o “obsceno eu público.”

FICHA TÉCNICA
Direção: Giovana de Salles Elenco: Mauro Zanatta Pesquisadores: Camila Jorge e Gabriel Rachwal Dramaturgia:Mauro Zanatta e Gabriel Rachwal Fotografias Valdir Silva Iluminação: Wagner Corrêa Design Sonoro: Ary Giordani Cenário Alfredo Gomes Vídeos: Fábio Allon Design Gráfico:Adriana Alegria Direção de Produção: Edran Mariano Realização: Ator Cômico Produções Artísticas

Por mim: Uma peça apresentada no belíssimo teatro José Maria Santos, o filho mais queridinho do Teatro Guaíra. No belo palco do teatro estava o ator, quando já entramos, vestido, em um misto de ator Mauro/personagem Mauro. Estava falando com alguém, que conforme ele se movimentava, focava uma luz diferente, quando o ator fazia uma relação de algo bastante familiar à platéia. Alguns autores bastante conhecidos, em passagens cênicas bastantes peculiares. Então de fato a peça começou. Era um monólogo. Quem me conhece sabe que quando eu vejo que é monólogo, eu já pego as pedras. No entanto, o ator contracenava com o palco, que era composto por projeções. Contracenava, as vezes, com a própria platéia. Até com ele mesmo, como sendo realidade e pensamento, ou alguma coisa nesses parâmetros. Então ponto pro Mauro. Os movimentos corporais dele são incríveis. Ele realmente mostra uma facilidade tamanha no que eles está fazendo, que parece realmente ser fácil de fazer. Bem como um profissional de skate virando de ponta cabeça num half-pipe e caindo de pé, de forma tão perfeita, que dá pra pensar: “hunf, nem deve ter sido tão difícil assim”. Depois, a variedade de elementos que compunham andamento da peça era excelente. Certa hora há dois rádios, um bem velho e outro mais novo, que o próprio ator, em tempo real, inicia e pausa formando um diálogo feito pelas vozes gravadas. Conteúdo. Sobre o conteúdo. Interessante. É, legal... tipo, eu acredito que quando eu tiver uma experiência teatral mais afiada, tiver estudado muito mais, criado obras, ter vivenciado estréias, montado espetáculos que deram certo, outros que não deram tão certo, aí então eu acho que eu vou entender do que ele estava falando. Por enquanto limito-me a ter achado legal. Será que eu comento do stand-up que faz parte do finzinho? Se eu não estragar aqui, ele vai acabar estragando lá mesmo...? Bom, depois que acaba, o ator fala que a proposta dele é ficar lá no palco até o último ir embora, para ouvir o que agente tiver pra falar pra ele. Eu fui até lá, antes de todo mundo, e disse: “parabéns!”.

Doravante: Excelente pra psicologia e antropologia e essas coisas que a gente não se preocupa nas peças que vê. Recomendo muito pouco.


Máu-ri
Aluno voltando
Aluno revoltando
Aluno com dor de cabeça.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A Ópera Atômica: As Sete Faces da Verdade

análise musicalmente humilde e empolgada: A Ópera Atômica: As Sete Faces da Verdade

Sinopse/Editorial(curitibamix.com): “De 21 a 23 de maio a CAIXA Cultural Curitiba apresenta “Ópera Atômica – As Sete Caras da Verdade”. O espetáculo é uma espécie de uma ópera cômica em quadrinhos que satiriza o exagerado e o caricatural do mundo das óperas. O autor desta obra inusitada é Nico Nicolaiewsky, conhecido nacionalmente por seu trabalho no espetáculo “Tangos e Tragédias”. Numa trama engraçada e envolvente, um matador descobre que cometeu um engano ao assassinar sua vítima, que lhe sussurrou um segredo antes de morrer. A peça foi destaque no Festival de Curitiba em 2010. Segundo Maurício Vogue, que acumula as funções de diretor cênico e ator, o cenário e figurinos são concebidos em preto e branco. “A peça tem a cara daqueles quadrinhos antigos. A estética combina o exagero com um toque 3D, os objetos do cenário parece sair para fora da cena”, conta Maurício. “Quando descobri a obra do Nico me identifiquei, pois sempre fui cantor, fiz musicais e fazia tempo que queria montar um. A obra dá muitas possibilidades cênicas e de imagem, pois a abertura para poder brincar no palco é muito grande”, completa. A montagem conta com um elenco de quatro músicos, quatro cantores e oito coristas. A escolha dos cantores foi feita tendo em mente não apenas a qualidade musical dos profissionais, mas também sua capacidade de interpretação, com o objetivo de somar à proposta musical-cênica diferenciada deste trabalho.”

Ficha Técnica:
Autor: Nico Nicolaiewsky Direção, Cênica: Maurício Vogue, Preparação Corporal&Assistência de Direção: Carmen Jorge, Direção Musical, Arranjos e regência: Gilson Fukushima, Editoração Musical: Gilson Fukushima, Sérgio Justen. Cantores: Maurício Vogue - Rodolfo, Anderson Ombrelino - Narrador, Rosana Stavis - Mulher, Cassiano Wogel - Alencar. Músicos: Sérgio Justen - Piano, Valderval de Oliveira Filho - Percussão, Adriano Vargas de Alencar - Violino, Marsal Nogueira Pinto - Contra-baixo. Coro: Giovana de Liz, Diegho Kozievitch, Wagner Jovanaci, Gabriel MAnita, Thayana Barbosa, Elaine Anderle, Ari Almeida, Débora Bergamo. Preparadora Vocal: Márcia Kayser, Preparadora do Coro: Doriane Rossi, Iluminação: Waldo Leon, Figurinos: Eduardo Giacomini, Adereços: Adriana Almeida, Cenotécnico: Bira Paes.


Por mim: Opereta (operettita, se é possível a palavra), no meu preferido Teatro da Caixa, no domingo a tardinha. Um frio com chuviscos no lado de fora, e público muito bem educado do lado de dentro. (Teatro da Caixa, te adoro). Entramos no teatro, o palco estava montado, os atores aquecendo a voz e praticamente prontos no palco. Os quatro músicos (um baixo, um violino, um teclado e tímpano) acima do palco, na parte de trás. O palco era composto por m sofá preto ao centro, uma pequena poltrona (dessas moderninhas) à esquerda, em frente a uma tv, com um cara de pijama sentado. Do lado direito do sofá, um telefone desenhado, bem evidente. Mais à direita, uma porta. O coro, composto de 08 pessoas entre homens e mulheres. Bom, essa é uma das análises mais difíceis até hoje. Tenho que me segurar pra não ficar babando em cima da montagem do senhor Maurício (belo nome) Vogue. A peça consegue misturar meta-linguagem (de inserir um narrador/personagem participante, as vezes chamando o coro de figuração, e o maestro sendo um personagem atuante também) de uma maneira primorosa. Sem se tornar ridícula. O Coro era magnífico. Ninguém desafina. Ninguém era absurdamente fenomenal, superior. Mantinham uma média excelente de regularidade entre níveis. Estavam sempre se movendo em consonância. Resultado de muito ensaio, só pode. Iluminação mais ou menos estática. Foi difícil reparar na iluminação com os músicos e a sincronia entre atores e música. Músicos excelentes mesmo. Os atores cantores muito bem preparados. Foi uma das raras experiências que em três dias de apresentações eu fui no terceiro. Eu gosto mesmo é de ir na estréia. O enredo é interessantíssimo: basicamente um assassinato, ou muitos. Realmente ele abusa da repetição, só que de maneira lógica e legal. Os elementos diferenciais dentro de cada cena são muito bem colocados. São pequenos, poucos, mas que tornam uma cena bastante diferente da outra. Não fica nada claro demais, só o suficiente. Mas não há a menor preocupação que fique. A coisa anda sozinha. O final é extremamente surpreendente, ainda por incrível que pareça. Os figurinos são belíssimos, e fazem parte ativa do espetáculo. No mais, é a primeira vez que eu reclamo que uma peça foi curta demais. Na verdade foi menos da metade do que podia ter sido.
Doravante: Tá brincando? Depois de ver isso até eu quero escrever uma ópera assim!
Máu-ri
Musicalmente operando
musicalmente cantando
forever young. I'm gonna be.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Medéia

Peça da análise humíldica: (Marcelo Marchioro´s) Medéia.

Editorial(guidasemana.com)sinóptico: Algumas questões sobre a condição feminina na Grécia antiga são retratadas na peça Medéia, que estreia dia 13 de maio e fica em cartaz até 20 de junho no Teatro Guaíra. Com adaptação do texto original de Eurípedes (de 427 a.C), na montagem, as únicas personagens em cena são Medéia, interpretada por Claudete Pereira Jorge, e sua Ama, papel de Helena Portela. Todas as figuras masculinas foram suprimidas do texto original, assim como o coro. Com direção de Marcelo Marchioro, a história se passa na cidade de Corinto, onde Jasão e Medéia vivem exilados com seus filhos. A personagem é abandonada por Jasão, que vai se casar com a filha do rei Creonte, Glauce. Ameaçada ser expulsa da cidade, Medéia vinga-se matando a noiva, o rei e, por último, seus próprios filhos. Medeía consegue que Jasão deixe seus filhos levarem presentes para Glauce, sob o pretexto de conseguir as boas graças da princesa para as crianças, que assim poderiam ficar com o pai. Dois presentes envenenados: um diadema e um véu que, imediatamente após serem vestidos, pegam fogo. Glauce morre com os piores tormentos. O rei, vendo a filha morrendo, tenta ajudá-la e também morre. Jasão corre para casa para castigar Medéia e lá encontra os filhos mortos.

Ficha técnica:
Texto inspirado na obra de Eurípedes. Direção de Marcelo Marchioro. Elenco: Claudete Pereira Jorge e Helena Portela. Assistente de Direção Cléber Braga. Trilha Original Troy Rossilho. Iluminação Erica Mitiko. Cenários e Figurinos Ricardo Garanhani. Produção NBP Produções.

Por mim:Peça assistida cumprindo a seqüência de coincidência que foi, uma vez que acabamos de ver tragédias gregas em “história do Teatro”. Seguindo a linha analítica pretendida, e a influência facultística (se eu escrevesse facultativa não ia dar o mesmo sentido, uma vez que a referida palavra já existe), propus-me observar a peça de acordo com sua iluminância e todos os demais trabalhos relacionados à iluminação. ‘Claramente’ colocamos a premissa: vamos ver se os atores fogem da luz mesmo. E assim o tentei fazer. Então, como de costume, no Guarinha empoeirado, entramos. Curiosa, a peça, começou um pouquinho atrasada, porém por justificativa aceitável: e elenco já estava disposto no palco quando abertas as portas foram. Eu poderia reclamar do atraso e que ficamos dentro do saguão do teatro, apertados e encalorados. Porém duas razões não me permitem isto fazer: primeiro, entrei antes de ver as portas abertas, ou seja, azar o meu. Inguonorante que fui, não mereço reclamar. Segundo, estavo, eu, ao lado de Letícia Sabatella. No bom português caucasiano escuro ou não: “oo muié BONITA!”. Voltando à estreiosa peça, estava eu citando o cenário. Este, então, com uma seqüência de degraus, justapostos irregularmente. Cobertos por uma lona bege. Ou seja, uma espécie de escadaria, talvez rochosa, não linear. Duas plantas, uma claramente seca e morta, outra, creio que viva. Umas espécies de tecidos cor de barro avermelhado, em número de quatro (4), desciam do teto, atrás formando o fundo. Em um deles um rosto desenhado (mas que aparecia apenas sob iluminação específica). Ainda uma face de pedra, deitada, representando o rei Creonte. A atriz Claudete Jorge expressou muito bem as palavras difíceis do texto de Medeia. A dicção desta senhora é impressionante. Talvez minha limitação técnico-cenográfica não me permita falar mais da atuação desta senhora, só que gostei. A ama não ficou muito pra trás. Pronto, agora vamos a iluminação. Muito legal. A luz da frente e a luz de trás deixavam bem claro a diferença de planos. A luz mudava o tempo inteiro, geralmente iluminando o caminho que a atriz seguia. Por uma única vez conseguimos pegar no pulo a Medeia fugindo da luz. Mais precisamente a uns dois passos à esquerda de onde ela deveria estar. A senhorita Ama, quase foi pega também. Mas ela acertou por meio passo a luz. A peça teve duração de uma hora, e pela primeira vez em tempos, não senti passar tanto. Confesso que não me atentei tanto ao texto, mas mesmo assim, nas partes em que fiquei entretido nele, gostei bastante. Por se tratar de uma tragédia grande e pesada, acredito que o fato de eu ter gostado, corresponde à peça ter sido simples, não rebuscada demais, nem cheia de elementos complicados. Assim como a iluminação, o som e as atuações foram simples. Veja bem, não to dizendo modestas, pobres ou ruins. Tou dizendo simples. Sem perfumaria e peruagem. Éééé amigo, eu não entendo, mas eu sei que sou fraquinho pra isso. Moral da História: dá pra acreditar que gostei, porque eu acho que foi muito menos chata do que eu realmente achei que seria.

Doravante: Medéia. Euclides. Euclides não, Eurípedes. Faz diferença pra você? Se fez não vá. Se não fez, pode ir. Mas dê uma olhadinha na história antes. (ler acima já dá uma boa esclarecida).

Máu-ri
Semana Elogiado
Semana Elogiando
Semana matando saudade de postar aqui!

sexta-feira, 30 de abril de 2010

AMORADORES DE RUA

pé humil aná : AMORADORES DE RUA

Sinópse: "MOSTRA DE PROCESSOS - O Projeto Amoradores vê a Rua como catalisador, como casa, como entidade, um exercício de diálogo entre linguagens artísticas distintas: teatro, fotografia, cinema, vídeo, dança, artes plásticas, arquitetura e urbanismo. A tríade: Coragem, Liberdade e Alegria, fundamenta o conceito deste trabalho e tem como fonte de inspiração e pesquisa movimentos como o modernismo/antropofagia, a tropicália e a contra - cultura. "A Rua significa e desconstrói significados, ela promove participação e divide. A Rua é cheia corpos e sistemas relacionados (diversidade), engajar a rua dentro do contexto de uma investigação artística é confrontar tal arranjo de informações, intenções, culturas e pessoas entrecruzadas através de fronteiras imaginárias e reais, históricas e transitórias."

Ficha Técnica
CURITIBA - Paraná
Nome da Produtora: Roda de Criação e Rumo Diretor: Rafael Camargo Equipe: Adriano Petermann, Alan Raffo, Analice Trindade, Diego Marchioro, Felipe de Souza, Fernando Dourado, Fernando Franciosi, Gabriel Gallarza, Giovana de Liz, Juliane Engelhardt, Leco de Souza, Leonardo Pimentel, Lu Rocha, Marcel Gritten, Marcel Szymanski, Maria Baptista, Martina Gallarza, Maurício Vogue e Stella Maris. Duração: 01h.

Por Mim: Essa é aquela famosa peça que você vai ver em uma quinta, sexta ou sábado a noite, praticamente na rua, e não paga ingresso. Óbviamente tu pensarias "Bah, ma que caquinha que serás esta bagualidade". Eis que pois a primeira cena praticamente confirma a expectativa. Porém, sem que Vossa Senhoria perceba, acaba de entrar nos ares do clima pesadamente antagônico e crítico-social do espetáculo: irás ficar curioso o tempo inteiro para ver o que virá então. Fato. Atores muito bem preparados. Tempo de cenas cuidadosamente ensaiados. Com atos meio performáticos, às vezes quase lineares, diferentes. A trilha sonóra acompanha os atores (essa é uma daquelas peças que você vai seguindo os atores pelo caminho/palco) e é tão interessante quanto possevíl. Há uso de recursos de projeção (especificamente na segunda cena), mas que não faz realmente diferença. É mais uma espécie de adereço de palco. Destaco os atores. Todos muitíssimos bons, com firmeza, atuações precisas e excelentes tempos. A iluminação era a escuridão natural, com alguns focos e refletores, por vezes velas. O que ajuda muito na manutenção quase "natural" do clima. Por sorte no dia em que vi era uma noite fria e de céu limpo. Muito bom para se ficar cheio de jaquetas, cachecoois e stand vendo uma peça boa. Faltou comentar alguma coisa? Ouvi de uma senhorita da produção que cada ator escreveu se pr[oprio texto. Bastante interessante, porque de certa forma, cada cena estabelece uma boa conexão com todas as outras.

Doravante: Não sei se haverá novas apresentações do espetáculo, mas caso haja, recomendado. Aquela história: primeira cena, te dou uma chance.

*Agora precisarei coletar um pouco mais de material para postar. Então acho bastante possivel que as postagens sejam diminuídas de ritmo. Talvez esteje, eu, falando isso porque to num dia de prgiuiça.

Máu-ri
Sexta
Prigui...
Sol eFrio. McLovin´it.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

OTELO: As Faces do Ciúme

Humilde Análise Pretenciosa: OTELO AS FACES DO CIÚME


Sinopse: "A história dentro da história apresenta a maldição a que são lançados estes seis personagens: Otelo, Desdêmona, Iago, Cássio, Emília e Rodrigo. Há quatro séculos eles vagam recontando a própria história. Os narradores são, na verdade, os próprios personagens, marcados por quatro séculos de danação. A narrativa e a ação são quase fundidas, a narração são fragmentos de memória, a ação são fragmentos da vida.
No palco nu, estas seis figuras carregam em si, sua travessia pelo tempo. Nas roupas, nos cabelos, vão juntando elementos de todas as épocas em que viveram."

Ficha Técnica
Dramaturgia e Direção: Silvia Monteiro
Produção: Danilo Avelleda Espetáculos Teatrais
Direção de Produção: Mevelyn Gonçalves
Cenário: Ruy Almeida
Figurinos e Adereços: Ricardo Garanhani
Iluminação: Nádia Luciani
Sonoplastia: Cleber HidalgoCaracterização e Maquiagem: Marcelino Miranda
Elenco: Danilo Avelleda, Mevelyn Gonçalves, Luiz Carlos Pazello, Pagu Leal, Juscelino Zílio, Rubens Siena

Por mim: Fui na estréia da peça, no Guairinha. Antigamente era o auditório da família Guaíra que eu "mais prefiro". Hoje eu tenha a impressão que eles nunca limpam lá. Em uma sexta-a-feira a noite, com tempinho frio, bem alà Curitiba. Então, logo que se fecharam as portas e a luz ia se apagando, confesso que eu, mais quem me acompanhava, fomos ligeiramente para cadeiras vazias mais da frente. Terrível. (de contar, porque de fazer é ótimo). Então deu-se início o espetáculo. Entro aqui em uma nova modalidade, humildíssimamentes falando, de crítica: a da peça que eu não gostei. Otelo. Em meu pequeno e modésto pensamento, eu acho que tentativas de releituras de monstrísses (peças monstras antígas já feitas até a fadiga) tendem a ser pretenciosas e a não terminar em coisa boa. Primeiro: para se entrar no enredo pretendido pela releitura, é necessário não só conhecer a obra anteriormente, como pelo menos tê-la lido a pouco tempo, para ter detalhes ainda frescos na cabeça. Nesse caso Shakespeariano (Otelo é de Shakespeare, né?) foi mais ou menos porae. Legal e tal. Mas adiante vamos. O cenário começou chamando atenção. Dava impressão clara de foi planejado para um palco menor. Sinceridade. Havia um quadrado suspenso, sendo que de cada lado caía um lençol branco, que podia ser movimentado. só que delimitava um pedaço de palco, deixando muita coisa vaga. A trilha sonora? Atrapalhava as vozes dos atores. Parece trapalhada né? Mas realmente atrapalhava. Por vezes perdemos o que eles diziam. (lembre-se que eu estava sentado na fileira C e a acústica do Guairinha não é a do Positivo, é boa.). Os atores. Ah os atores. Não queria comentar isso. (Mas já comentando) Uma porção de gente que me disseram pra esperar boas coisas, que são bons atores. Então, creio eu (não sei), que foi um dia infeliz. Fraquíssimos. A peça em suma foi que nem lero romance policial "A Cada Um o Seu (de Leonardo Sciascia)", bem como citado em http://www.livrada.wordpress.com/ pelo meu confrade Yuri: "achei-o chato até sua metade e, uma vez terminada a leitura, uma excelente obra. Alguns são assim mesmo, precisamos terminar a última página para perceber a grandiosidade da bagaça." Só que no caso dessa peça, não consigo dizer que foi uma excelente obra..

Doravante: Vá ao teatro! (mas não me convide).

Máu-ri
Desbravando sempre
Estudando sempre
Ludibriando, às vezes.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

The Cachorro Manco Show

humilds análisis da peçiums: THE CACHORRO MANCO SHOW

Sinópse: (tipo descrição): "Inspirado nos Sermões do Padre António Vieira, é um texto de humor ácido que atravessa momentos históricos do Brasil e de Portugal. Um homem que se equilibra sobre muletas, assumindo o "cachorro manco", tenta convencer a plateia de que merece ganhar abrigo e comida."

Ficha Técnica
RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro
Autor: Fabio Mendes Diretor: Moacir Chaves Elenco: Leandro Daniel Colombo

Por mim: Espetáculo já de longa datas nos palcos desse meu BRasil-il-il (citando Yuri, hoje, odeio quem fala "tupiniquim. Tupiniquim é você!). Eu assisti há pouco tempo, no meu queridinho Teatro da Caixa. Então já sabem né: confortável, lugarzinho marcado, ambiente tranquilo, paz e amor bicho. Na ocasião ouvi falar bastante do texto dessa peça. Vamos ao que eu estava tentando evitar falar. Não aguento: eu odeio monólogos. Aham, preconceito. Tá, mas eu FUI ver, não fui? "aah, mas você tá dizendo que é ruim antes de começar..". Grrrr, não! Só to dizendo que pré-conceitualmente (segundo a professora de sociologia e folklore isso é uma brincadeira com o termo preconceito) não saio correndo porae, ligando pra glahëre, dizendo - eeba hoje tem monólogo!. O que é de dar um nó na minha cabeça. Essa peça é monólogo. E eu gostei. Sério, Leandro Daniel Colombo (se repararem é o mesmo que está em Peep Show, alguns quilômetros analisados abaixo) é um cara massa. No caso ele interpreta um cachorro, qüinqüenqüenal (com uns quinhentos anos de vida) que conta a história dos donos que ele já teve. Um texto belíssimo, que o senhor Leandro faz o favor de não deixar chato. De fato é um monólogo. Mas anticonvencionalmente não é bóóóóring. É bom. É histórico. É português. O cenário é construído durante a peça. É limpo, porém não é pobre. O peso do ator, enquanto cachorro que é, nos conquista com bastante facilidade. O figurino é de ótimo gosto. Bem consonante com a história. Do tipo que o personagem já explica quem é, mesmo sem falar nada, nos dois/três primeiros munitos de peça. O enredo é claro, conciso, linear; segue uma linha cronal (tá, tá, do tempo) bem familiar a todos nós "tupenequins". Iluminação show de bola. Por vezes o ator usava alguns instrumentos sonóros, tipo uma espécie de mega-phone , bastante interessante na movimentação da peça. Tem uma duração bem legal, bastante pra ser um monólogo e conseguir não fazer o pessoal tirar la ciesta. Hoje fiz prova na facool e farei mais uma anoitchi. Então perdoem que to na base do café e do Biotônico. (citando BFF, 2010, 11:59a.m.). Terminando, trata-se de uma trágica-comédia. No meu humilde não saber, eu acho triste rir de desgraça. (não que eu não ria). Mas eu me arrependo de ter rido depois. Então caso achar muito engraçado, ria até chorar, pra caso reclamem, você poder dizer que foi um absurdo rirem disso. Indignante! Digo Parabéns publicamente para Leandro Daniel Colombo.
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Doravante: Recomendo para se ter uma experiência de que nem todo monólogo é chato. E que não precisa ser stand up bóóóóring pra ser engraçado.
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Máu-ri
Abusando dos itálicos
Deu cãimbra ontem a noite
e eu comi duas bananas correndo!

terça-feira, 27 de abril de 2010

VIDA

humilde análise da peça: VIDA

Descrição (tipo sinópse) :" Com base na obra de Paulo Leminski, a narrativa usa a inventividade, a linguagem e a força do poeta curitibano. Quatro pessoas de diferentes origens encontram-se numa cidade onde são obrigadas a permanecer em uma espécie de exílio. O fato que os une é fazerem parte de uma banda musical que prepara um show para comemorar o aniversário desta cidade. Os personagens, seus sonhos, suas histórias e a realidade prosaica de suas vidas em contraponto com as possibilidades de superação, transformação e entusiasmo são as linhas de desenvolvimento desta peça. O ponto de partida para a criação do espetáculo é o livro “Vida”, que batizou a peça e a releitura de ensaios, crônicas, prosas, música e poesia, além de entrevistas com familiares e amigos do escritor e poeta. Não se trata de uma adaptação, mas um reflexivo criativo da obra de Leminski. Uma reflexão contemporânea sobre arte e vida."

FICHA TÉCNICA
Gênero: Tragicomédia Diretor: Marcio Abreu Roteirista: Marcio Abreu Elenco: Giovana Soar, Ranieri Gonzalez, Rodrigo Ferrarini e Nadja Naira Duração: 100 minutos Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 14 anos Dramaturgia: Giovana Soar, Nadja Naira e Marcio Abreu Cenário: Fernando Marés Figurino: Fernando Marés Iluminação: Nadja Naira Trilha sonora: Andre Abujamra

Por mim: Citando meu colega que assistiu a peça uma semana antes de mim: "Uma aula de teatro!". De fato esse trabalho já começa a me agradar na primeira linha da descrição: Paulo Leminski. Eu sou fã de carteirinha desse senhor. Como se não bastasse, os atores são de um tal padrão que não estou acostumado. O senhor Ranieri Gonzalez é o que os russos costumam chamar de "ator completo". Faz barba, cabelo e bigode. Canta, dança e representa. Velocidade 5. Os demais, por mais complicado que o seja, não ficam nem um pouco para trás. Sinceramente, uma aula de teatro. O cenário é móvel, leve, grande, pequeno, fechado. A iluminação é perfeita, escura, focada, desfocada. A trilha é ao vivo, projetada, mecânica, a capela. O texto... bah, o começo da peça é Paulo Leminski do jeito que eu penso que ele seria: dando aula no cursinho. Odeio elogiar tanto uma coisa assim. Quando vinha vindo trabalhar (eu trabalho no blog), ouvia no rádio que a profissão de crítico é incitar o artista, criticando, na maneira pejorativa mesmo da palavra, de modo a fazê-lo buscar seu melhor, cada vez melhor, visando sempre a arte impossível; a melhor arte, mais bela. O que tornaria este nobre (de alguma forma) crítico 'co-autor' da obra. Então, mesmo com essa humildade toda, tenho que reconhecer que o trabalho foi de altíssimo nível. Se você fala francês, inglês, espanhol, russo, terá ainda uma diversão a mais. Veja só que amplitude vocabular. Mesmo sem ter uma história linear clara, é bastante compreensível, o enredo. Talvez foi um pouquinho mais longa do que eu esperava, mas eu fui vê-la depois de estudar a maior parte do dia né. Tenho que dar um descuento por tanto. A Companhia Brasileira de Teatro fez o nome que tem pesar. Me senti um aluno (que sou) do primeiro ano de teatro, que acaba de ver que falta muuuito até chegar no ano em que eles estão...
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Doravante: Recomendo para quem é vivo. A não ser que você não ache que valha a pena ver teatro de qualidade. Que possivelmente vai estragar as próximas peças que você vai ver, ah isso vai.
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Máu-ri
Elogiando
Eloqüentemente
Cursando o Primeiro ano

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Vigor Mortis Peep Show

Peça de teatro humildosamente analisada:
Vigor Mortis Peep Show

>> Nota interlúdica prefática: Abaixo o release do próprio site do HSBC, porque acho que ficou bem legal.

Release: “Como conclusão do projeto "Ator Prestidigitador: o intérprete do Grand Guignol", vencedor do Prêmio Myriam Muniz da Funarte, serão apresentados a partir desta sexta feira, 16 de abril, os Vigor Mortis Peep Shows. Os Peep Shows são apresentações abertas e gratuitas de mini montagens da Vigor Mortis livremente adaptadas de clássicos do Grand Guignol, o teatro de horror da Belle Époque parisiense. O objetivo do projeto é aprofundar a técnica da equipe da Vigor Mortis para as necessida-des da narrativa de horror e violência do Grand Guignol. Neste sentido, o elenco fez ofici-nas internas de coreografia de luta e de ilusionismo. A mescla entre estes dois elementos somado a um estilo de interpretação que beira o camp, fazem a linha estética da tradição do Grand Guignol. "A Vigor Mortis começou o trabalho com o Grand Guignol há treze anos, mas as experi-ências sempre eram empíricas, ou seja, sempre aplicadas diretamente a alguma monta-gem. Nunca tivemos tempo para parar, pesquisar e refletir sobre o que significa de fato isso.", explica o diretor Paulo Biscaia Filho. "Com este prêmio da Funarte, pudemos pela primeira vez pesquisar e depois ir para as montagens. E a montagem não tem o objetivo de ser uma 'verdadeira' peça de teatro. Os Peep Shows, como o nome já diz, são espia-delas neste processo e nesta estética". Os peep shows chegam agora a sua etapa final no projeto. A primeira aconteceu com as apresentações do Peep Show #1: O beijo no meio da Noite, no início de fevereiro. Nos dias 26, 27 e 28 de fevereiro foi apresentado o Peep#2: O Método do Dr. Betume. Agora o projeto encerra com apresentações dos dois primeiros 'peeps' e mais o terceiro: O La-boratório Maldito. O terceiro e ainda inédito peep show teve um processo diferente dos dois primeiros. "Em vez de repetir a mesma fórmula de dramaturgia/adequação/marcação, achamos muito mais proveitoso criar uma dramaturgia própria a partir de temas sugeridos e elementos corporais de ação e prestidigitação. A palavra não tem me interessado tanto quanto a i-magem. O texto pode ser traiçoeiro ao ator e ao diretor. Este peep show tem mais ação que os dois primeiros. Ação, imagem e impacto. Laboratório Maldito é onde o filme A Pro-fecia encontra o desenho Comichão e Coçadinha", provoca o diretor. Cada peep show têm duração aproximada de 25-30 minutos, totalizando a apresentação em 90 minutos.
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FICHA TÉCNICA E SINÓPSES
O Beijo no Meio da Noite
Sinopse: Henri isola-se em uma casa longe da cidade após ser liberado do hospital. Jeanne, noiva de Henri, em um ataque doentio de ciúmes jogara ácido sulfúrico no rosto do noivo. Agora, desfigurado e amargurado, Henri enfia-se em ópio enquanto aguarda a chegada de Jeanne para um último beijo no meio da noite.
Elenco: Wagner Corrêa (Henri), Michelle Pucci (Jeanne), Leandro Daniel Colombo (Padre Gusteau), Marco Novack (Médico)
Adaptado livremente da obra de Maurice Level por Paulo Biscaia Filho com colaboração de Rafaella Marques.
Direção: Paulo Biscaia Filho
O Sistema do Dr. Betume
Sinopse: Uma jornalista vai até um manicômio particular para conhecer o estranho méto-do de cura através do excêntrico corpo médico do lugar.
Elenco: Wagner Corrêa (Professor Pluma), Michelle Pucci (Madeleine Dupin), Leandro Daniel Colombo (Dr. Maillard), Rafella Marques (Eugenie), Marco Novack (Jean)
Adaptado livremente da obra de Edgar Allan Poe por Paulo Biscaia Filho
Direção: Paulo Biscaia Filho
Laboratório Maldito
Sinopse: Uma médica, uma freira, um padre exorcista e um homem que dá a luz a uma criatura demoníaca.
Elenco: Wagner Corrêa (Monsenhor), Michelle Pucci (Irmã), Leandro Daniel Colombo (Homem), Rafella Marques (Médica)
Concepção de roteiro e ação pela equipe da Vigor Mortis
Direção: Paulo Biscaia Filho

Por mim: Olá teatro do HSBC. Recém reinaugurado, esse ano, o espaço é interessantíssimo. Odeio o fato de alguns teatros tão bons não terem lugares marcados, como esse. Nem dá nada. É excelente mesmo assim. O senhor Paulo Biscaia, por quem já tenho admiração de média data (nem sou velho o suficiente pra admirar alguém por longa data), apresenta mais uma de suas obras sanguinolentas, perspicazes e inconvencionais. Não convencionais. Nada de absurdo. É terror mesmo. Nesse caso das três “peeps” (como carinhosamente chamarei cada uma das pequenas peças) é tragicomédiaterror. Ou que o valha. O palco nunca é uma limitação para Vigor Mortis. O uso de recursos multimídicos é bastante corriqueiro em seus espetáculos, também. E muito bem usados, diga-se de passagem. A visão frontal do palco era como se fosse uma tela de tv velha, semi arredondada. Uma ‘película’ anteposta funcionada de ‘tela’. Literalmente, porque nela eram projetadas imagens. Imagens dos atores, das cenas. As vezes closes, as vezes outros. Antes de cada peep era explicada uma breve descrição do que seria apresentado e de onde o vem. Ou seja, muitas das limitações da peça teatral convencional morriam aí. Mas para o leitor que conhece o trabalho da Companhia VigorMortis estamos sem novidades até então. Vamos aos peeps. O beijo no meio da noite: a primeira já mostra o que é que vamos ter dali pra frente. Uma trágica situação, que por vezes nos mostra passagens engraçadas, com desfecho interessantíssimo. Os atores desempenham muito bem e contracenam com os recursos que fazem o diferencial com bastante naturalidade. O Sistema do Doutor Betume mostra alguma coisa como um hospício. Da obra do metríssimo Edgar Allan Poe não podia-se esperar menos. O ritmo de humor vai aumentando, com cenas já mais espalhafatosas, mas com muita tensão no ar. Até chegar Laboratório Maldito, com sua anticristandande, muito sangue e tragicomicidade risóles chique pra 3 pessoas.

Doravante: Recomendo pra quem tem impressão que teatro não tem explosões, sangue, baiacu, nem quadrinhos.

Máu-ri
Peguei a camiseta que
os atores jogaram pra platéia
e to com ela hoje! Rá!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Exílio

Peça de Teatro: Exílio

Sinópse: "Dois destinos cruzando-se numa esquina. Dois exiliados anônimos partilhando conosco um pedaço de vida. Dois palhaços ingênuos procurando no outro uma parte deles. Vão se encontrar ao som da música, brigar e se amar, se seduzir, se trair?"

Ficha Técnica
França - Bordeaux
Elenco: Janvier Lila, Gil Emmanuel.

Por mim: Peça apresentada gratuitamente, geralmente nas Ruínas São Francisco. Uma das peças encenadas o maior número de vezes do Festival. É composta por um ator e uma atriz, ambos franceses, usuários praticantes,estudantes do sistema métrico decimal conhecido como “clowns”. A peça usa uma espécie de linguagem universal. Por meio de sons e linguagem corporal, era possível compreender tudo que o enredo ia mostrando. De vez em quando rolava um english "home", ou um deutsch "Geld", ou até português, "rebolation". Mas sempre uma palavrinha só e olhe lá. A situação de cada um dos palhaços, o porque dos momentos de tristeza, alegria, fome e demais sentimentos são demonstrados com incrível destreza. A história é regularmente linear, consistindo de um começo, um meio e um fim. Os figurinos e os adereços de palco são simples, pequenos e todos utilizados de formas bastante claras. O que realmente chama a atenção é o fato de não haver falas expressas. A história se completa bastante facilmente para quem assiste. A sonoplastia é feita pelos próprios dois atores, ele com um acordeom, ela com um clarinete, divinamente executados em vários momentos. Quem leu os posts anteriores já sabe que eu sou ultra-fan de peças com trilhas sonoras feitas ao vivum. Em uma passagem há uma dança com os pés. Sério, como uma coisinha dessa pode dizer tanto?. Depois da peça, tive uma conversa em várias línguas presentes (hã hã??) com os dois personagens. Os dois se mostraram de uma simplicidade enorme, e com uma familiaridade com o mundo inteiro. (coisa de jovem europeu inteligente). Eles falaram participar de uma companhia que estuda clown há bastaaante tempo, e que esse espetáculo foi desenvolvido para a temporada que eles pasaram no Brasil. Mas que se não me engano, é parte de uma parada maior. Fiquei com curiosidade de saber mais sobre eles.
** O local da apresentação saiu no site como Bordeaux, França. O ator corrigiu nos comentários e desculpou-se com o público. Atitude digna de uma pessoa digna.

Doravante: Se for à França, não deixe de procurá-los pelas ruas. Com quem estiver, a hora que for. Pare para vê-los. Se eu lembrasse o nome da companhia eu escrevia aqui. E essa crítica foi a mais opiniativa pessoal-tiva de todas. Porém não a desconsidere. Desculpo-me, mas essa tinha que ser assim.

Máu-ri
Esquecido
embasbacado
e terei prova hoje.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Um Navio no Espaço ou Ana Cristina César

peça de teatro: Um Navio no Espaço ou Ana Cristina César

Sinópse: "Que espécie de força a impeliu a ditar seus primeiros poemas aos quatro anos de idade e a lançar-se no abismo aos 31? O que é ser poeta? Em torno da vida e da obra da mítica poetisa carioca, a peça não pretende responder indagações, mas ampliá-las. Com cerca de 90% do texto extraído de poemas, prosa, cartas e diários de Ana Cristina César, o espetáculo traz à tona sua busca, suas angústias, suas inquietações e seus enigmas. Espelhos suspensos multiplicam e distorcem as imagens projetadas, sugerindo um quebra-cabeças. O palco se projeta como extensão do tampo de uma mesa: uma estação de trabalho com livros, mídias dos anos 70, laptop e caderno de anotações. O videografismo e a animação simulam a produção em tempo real de desenhos, manuscritos e originais feitos na máquina de escrever, o processo febril de criação da poetisa."

Ficha Técnica
Texto: Maria Helena Kühner Direção: Paulo José Produção Executiva: Lucia Regina Souza Direção de Produção: Maria Helena Alvarez. Produção: Caravana Produções, Malagueta Produções e Ana Kutner Elenco: Ana Kutner e Paulo José Dramaturgia: Walter Daguerre Cenário: Fernando Mello da Costa Figurinos: Kika Lopes Iluminação: Paulo César Medeiros Trilha Sonora: Alexandre Elias Videografismo e animação: Rico Vilarouca e Renato Vilarouca Classificação: 14 anos Duração: 75 minutos

Por mim: A peça foi dirigida e estrelada por Paulo José. Foram duas noites no Guairinha, as 21 horas, começando no horário programado. Com a curiosidade de quando os primeiros expectadores entram no teatro, o ator já entra em cena e começa a falar, como se falasse com um público imaginário. Que em alguns instantes já não é mais imaginário. O palco é usado em sua totalidade, explorando-o muito em profundidade. (nos dois sentidos: o dimensional e no outro). Havia uma peça bastante importante do cenário bastante atrás no palco. A composição do resto do cenário não parava por aí. Cerca de três ambientes distintos, porém coexistindo em plena harmonia, lado a lado (a lado). A iluminação foi predominantemente muito escura, para acompanhar todo o peso do texto. Havia, ainda, o recurso da projeção, que foi usado de maneira não-fundamental na peça. Foi colocado meio fosco e torto, de maneira proposital, para compor mais uma peça do cenário, e do clímax total. O enredo era bastante confuso. Tratava de uma poetisa, não mais viva, e de sua produção. Para um leigo, como eu, no assunto, ficava sempre confusa a peça, e por vezes confusa demais, a ponto de sair de alguma linha de raciocínio que por ventura pudesse estar começando a criar em minha cabeça. Apesar disso, quando a peça termina, sai-se com uma impressão boa. Apesar de o enredo não ter ficado exatamente claro, a peça foi muito consistente. Ou seja, se era ou não pra ter sentido realmente não sei. O que aumenta o mérito do espetáculo, porque a impressão final é uma sensação de que o espetáculo foi. Tipo, plenitude, sacou brow? Fora que eu fui porque é o trabalho do Paulo José. Tem gente que transcende o normal. Que padroniza em um tal nível que está longe do nosso alcance breve. O senhor Paulo José é um desses seletíssimos nomes, hoje. Valeria a experiência, de qualquer forma, só pelo trabalho dele. Caso não conheça a história deste nobressíssimo senhor, recomendo conhecê-la. (dika: a Revista BRAVO! desse mês, abril de 10, traz uma ultra reportagem sobre ele).

Doravante: Recomendo para a intelectualidade. Se conheceres a Aninha (Cristina Cézar) vá com certezíssima. Se não, vá, veja Paulo José, e admiresse com o quão longe pode chegar o limite de uma pessoa. É de se admirar, no mínimo.


Máu-ri
Analisando o teatro
Variando o texo
Arrumando por preguiça anterior

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Cinema (Felipe Hirsch)

Análise de Segunda-Feira.
Peça de Teatro: CINEMA

Sinópse: "A Sutil Companhia de Teatro participa do Festival com uma mostra do processo criativo de seu mais novo espetáculo: "CINEMA", no qual coloca uma audiência diante de outra audiência. Ingmar Bergman disse que "um filme é a matéria que vai além da consciência, dentro da nossa alma escura". O cinema é uma extensão desse lugar: ele possui a matéria misteriosa do sonho que permite à irrealidade se tornar real. O novo espetáculo será um trabalho sobre identificação, sobre como ver e ser visto. O diretor Felipe Hirsch apresentará ao público cenas que estão sendo trabalhadas para o novo espetáculo, numa verdadeira mostra do processo artístico de criação da Sutil. O Festival de Curitiba oferece ao público a oportunidade de ter contato com o processo de criação do espetáculo "CINEMA", uma realização da Sutil em parceria com o Sesi/SP, que terá sua estreia no Teatro do Sesi, em São Paulo, no final de março."

Ficha Técnica:
Direção Geral: Felipe Hirsch Co-direção: Murilo Hauser Elenco: Beatriz Bertú, Daniel Tavares, Diego Moschkovich, Fábio Lucindo, Isabel Wilker, João Victor D'Alves, Julia Ianina, Kauê Telloli, Luísa Bonin, Paula Arruda, Pedro Inoue, Raphael Rocha, Renata Gaspar, Sol Faganello, Thais Medeiros Equipe de Criação: Felipe Hirsch, Murilo Hauser, Erica Migon, Marília Halla, Beatriz Bertú, Daniel Tavares, Diego Moschkovich, Fábio Lucindo, Isabel Wilker, João Victor D'Alves, Julia Ianina, Kauê Telloli, Luísa Bonin, Paula Arruda, Pedro Inoue, Raphael Rocha, Renata Gaspar, Sol Faganello, Thais Medeiros Cenografia: Daniela Thomas Figurinos: Veronica Julian Iluminação: Beto Bruel Trilha Sonora: Felipe Hirsch, Murilo Hauser, Marília Halla Produção Sutil Companhia de Teatro Curitiba: Marcelo Contin e Nena Inoue Produção Sutil Companhia de Teatro São Paulo: Helen Beltrame Assistente de Produção: Bruno Girello Diretor Artístico: Felipe Hirsch Sócio Diretor: Guilherme Weber.


Por mim: Para começar entrava-se no Guairinha e ao invés de sentarmos no corriqueiro lugar de palco, atravessávamos pelas laterais até os porões. Na parte de onde seria o normal “backstage” havia cadeiras para os espectadores. Sentamo-nos. À frente, estava montada uma platéia de auditório, no caso representando um cinema, com poltronas vermelhas, algumas maltratadas, outras novas. A intenção, me pareceu, foi a de nos sentirmos O próprio filme, enquanto observamos a platéia e suas reações e emoções. (uma vez que lendo a sinópse, post espetaculum assistidus, creio ter conseguido captar e transmitir realmente essa idéia) E de fato é como a peça procede. O figurino dos artistas é impecável. Várias entradas e saídas dos mesmos atores, tão discretos e bem compostos, que nem sempre se podia distinguir se era a mesma pessoa ou não. A iluminação e o som fizeram extrema diferença no bom funcionamento do espetáculo, uma vez que por se tratar do interior de uma sala de cinema, foi criado todo um clímax no ar que deixava bem claro essa localidade. Só pra frisar BEM isso. Por exemplo, a iluminação era fraca e a luz mais evidente vinha de trás da platéia, como em um cinema de verdade. O ponto mais positivo foi a duração da peça e a movimentação entre cenas. (notem a concordância de número). Apesar de não haver um sentido lógico, tem-se a impressão de sair da peça tendo entendido o recado. Parabéns para esse espetáculo, que apesar de se tratar de um ensaio, os atores REALMENTE não encararam dessa forma. Acredito que para a estréia não devem ter havido mudanças perceptíveis para quem viu dessa vez. O senhor Felipe Hirsch é muito feliz nesse trabalho. O mesmo estava presente (inclusive sentado ao meu lado na platéia). Acredito que saber trabalhar produções caras, mesmo tendo dinheiro suficiente, realmente não é um trabalho fácil. Mérito para ele. Ainda atento para o nome de Guilherme Weber como sócio-Diretor. Esse cara me chama atenção desde a primeira vez que eu-o-vi na novela da globo, que ele era malvadão. Pena que nunca tive chance de o-vê-lo no teatro.

Doravante: Recomendo para quem gosta de teatro, de cinema, de cinema/teatro. Para quem se acha inteligente, para quem é inteligente, para quem se acha/é inteligente. Tipo uma peça super indie, com a cara dessas bandas moderninhas que cantam em inglês, justamente pelo fato de serem de países com inglês como língua materna.

Máu-ri
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Sempre tendo que editar
Sempre mandando o link pra você ler.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

A Farsa da Boa Preguiça (Ariano Suassuna)

Vou estar Analisando:
Peça de Teatro: A Farsa da Boa Preguiça

Sinópse: "O nordeste do dramaturgo Ariano Suassuna ganha a cena. Com um texto rimado, cheio de humor e uma montagem que mistura atores e mamulengos (fantoches típicos de Pernambuco), a peça, indicada para todas as idades, narra a história de Joaquim Simão, poeta de cordel, pobre e preguiçoso, que só pensa em dormir. Joaquim é casado com Nevinha, mulher religiosa e dedicada ao marido e aos filhos. O casal mais rico da cidade, Aderaldo Catacão e Clarabela, possui um relacionamento aberto. Aderaldo é apaixonado por Nevinha e Clarabela quer conquistar Joaquim Simão. Três demônios fazem de tudo para que o pobre casal se renda a tentação e caia no pecado, enquanto dois santos tentam intervir. Jesus observa e avalia tudo. A partir daí, situações inusitadas fazem deste espetáculo uma mistura cultural divertidíssima."

Ficha Técnica
RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro
Autor: Ariano Suassuna Direção cênica: João das Neves Direção musical: Alexandre Elias Direção de produção: Andréa Alves e Cláudia Marques Elenco: Guilherme Piva, Bianca Byington, Ernani Moraes, Daniela Fontan, Flavio Pardal, Francisco Salgado, Leandro Castilho e Vilma Melo Figurinos: Rodrigo Cohen Cenógrafo: Ney Madeira Iluminação: Paulinho Medeiros Co-Produção: Fábrica de Eventos Realização: Sarau Agência de Cultura Brasileira Duração: 120 minutos Classificação: 12 anos.

Por mim: Mais uma peça “grande produção” do Festival. A ilustre presença de Ariano Suassuna na platéia deixou ainda maior a expectativa criada com a peça. Não ficou por menos. Figurinos muitíssimo bem apropriados, cenário bastante versátil e espaço do palco amplamente bem utilizado. A expressão corporal dos atores chamava muita atenção. Muita Mesmo. Há uma passagem em que uma atriz representa uma cabra: é assustador o trabalho corporal que ela faz (*e muito engrãçado também). O texto dessa farsa era quase totalmente em rimas. Mais uma vez aqui ficou clara o revés que o Grande Auditório do Teatro Positivo tem quando se trata de sons. Mesmo na terceira fileira tive dificuldade de entender o que se era dito. Tirando esse sério problema, a trilha sonora foi espetacular. Tenho uma preferência por quando se é feita ao vivo. O que é exatamente o caso: cada um dos atores tocava pelo menos um instrumento, pelo menos uma vez. Cada vez que as canções entravam significava alguma mudança de tempo ou de parte do enredo. A peça correu em três partes principais, ficando um pouco mais longa do que gostaríamos. Notava-se algumas vezes o cansaço do público. Iluminação, como não poderia ser diferente, estava bastante consonante com o resto do espetáculo. Os atores, globais, tiveram alguns probleminhas nos ensaios anteriores, e a senhora Bianca Byington apresentou em uma cadeira de rodas. Faço aqui uma mensão honrosa à essa senhora: poderia ter sido nojentinha e coisa e tal. Mas não. Apresentou. E digo mais. A intimidade que ela parecia ter com a cadeira foi impressionante. Não só não atrapalhou o andamento da peça, como abrilhantou ainda mais o que já era para ter sido bom. E se a "Nevinha" quisesse, eu casava com ela agora mesmo.

Doravante: Recomendo o espetáculo para qualquer pessoa. Farsa é assunto em que Ariano Suassuna é entendido. E não é por acaso. Eu nunca fui fã dele, nem é por isso que eu vou virar. Mas que é muito boa a peça, isso é.


Máu-ri.
Meio Crítico
Pouco Diretor
Bastante RP
Inexplicavelmente Sentimental.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Formas Breves (Bia Lessa)

Análise dos fatos e das fotos:
Peça de Teatro: Formas Breves

Sinópse: "Peça em um ato a partir de fragmentos de livros de diversos autores (Dostoiévski, Tchecov, Thomas Bernhard, Kafka, Sérgio Sant´anna, André Sant´anna, Anaïs Nin, Pedro Almodóvar, Walt Whitman, Antonin Artaud, Elias Canetti, Bertold Brecht, Ian MacEwan, Marguerite Duras, Honoré de Balzac). A montagem foi criada a partir de trechos de obras para chegar a um trabalho onde a brevidade fosse apresentada com o propósito de dialogar com o universo contemporâneo. O ponto de partida para este trabalho foi a obra do escritor argentino Ricardo Piglia, também intitulada Formas Breves. O elenco é composto por indivíduos de diferentes origens e profissões e não por atores profissionais".

Ficha Técnica
RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro
Direção: Bia Lessa Dramaturgia: Maria Borba Iluminação: Pedro Farkas Trilha Sonora: Dani Roland Cenário: Bia Lessa e Camila Toledo Figurino: Bia Lessa Elenco: Anne Reis, Bruno Balthazar, Bruno Siniscalchi, Cris Larin, Danilo Watanabe, Denise Dietrich, Isabel Lessa, Karine Telles, Marcela Oliveira, Marcia Otto, Maria Borba, Mariana Rosa, Mauricio Lima, Thayna Lyasak e Vicente Coelho Duração: 75 minutos Classificação: 16 anos

Por mim: Ao se entrar no Grande Auditório do Teatro Positivo logo de cara se fixava o olhar no palco. A construção de um cenário indecifrável, a primeira vista, porém extremamente bonito de se olhar. E assim a peça começava a se caracterizar. No começo, os formatos das atuações e o áudio (sempre, não só nessa peça, com um incômodo ECO nesse espaço do Positivo) denotavam familiaridade com um filme. Entre uma cena e outra não há necessariamente um andamento lógico. Uma projeção atrás do palco, funcionando muitas vezes como uma legenda, o que facilitava a leitura de pessoas dos lugares mais longínquos. O fato de os atores não serem profissionais tirava um pouco o peso do palco, porém não achei que prejudicou em momento nenhum a qualidade do espetáculo. Algumas cenas muito fortes, como por exemplo, nudez durante um suicídio mal sucessido, duravam um pouco mais do que eu gostaria. A iluminação belíssima e a trilha sonora da mesma forma foram usadas de formas decisivas no andamento da peça. A música, especialmente, fazia TODA a diferença na construção dos climas, que variavam muito entre as cenas. Os figurinos e os objetos no palco eram sempre bem colocados, bem destacados e muito bem usados. Sempre ficavam muito claros do que se tratava. Acredito que se pode dizer que esteticamente foi um espetáculo belíssimo, seguramente um dos mais bem construídos que já vi. Havia fios prateados que com a incidência das luzes refletiam de maneira a tornar o ambiente preenchido de um brilho muito bonito. Quanto ao conteúdo da peça ficou bastante claro que não se tratava de uma estória cotidiana, normal, direta. Ela fazia alusões a vários autores famosos, na maior parte do tempo, que não que eu tenha um preconceito quanto a citar tanta gente junta, mas eu achei que não ia sair coisa boa..). Em determinados momentos, eram explicitadas quais relações que estavam sendo usadas, de quais autores. Por incrível que pareça deu muito certo. Finaliza sendo um trabalho contemporâneo, moderno, que utiliza bastante coisa de teatro moderno e que não se preocupa em conteúdo da história em si. O espetáculo é maior em vários outros quesitos.

Doravante: Recomendo fortemente essa peça para pessoas que gostam de Teatro. Não teatro engraçadinho ou simplório. Para quem gosta de experiências, de provar altas qualidades com viéses diferentes. A Senhora Bia Lessa está na lista das tops produções do Brasil. Ficarei de olho nesse nome. Fiquem também.

Máu-ri.
Praticamente Criticando
Praticamente Estudando
Praticamente Se formando

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Exotique (Grupo Tholl)

Análise humildemente crítica "contextualizada"
Peça de Teatro: Exotique

Sinópse: "Um espetáculo vibrante, unindo magia, imagens marcantes e acrobacias, onde o corpo trabalha a volúpia dos gestos. As surpresas para o público são muitas, do começo ao fim do espetáculo, destacando a pantomima do clown. São 14 artistas em cena, mostrando um figurino requintado, inspirado em países variados, peças deslumbrantes que ganham um toque mágico na atuação de cada um dos artistas. Como o nome já deixa claro, apresenta um universo exótico, onde a ousadia está presente em todos os elementos. Em cada cena, coreografias, malabarismos e efeitos de cor e luzes criam um universo onde a ousadia dita cada movimento."

Ficha Técnica
PELOTAS - Rio Grande do Sul
Direção Geral: João Bachilli Produção Executiva: Elaine Acosta Elenco: Beto Freitas, Dinael Tavares, Edson Brunis, Evelyn Araújo, Giovanna, Donini, Grazi Zanolla, Guillermo Scajedo, Igor Baldez, Lucas Saker, Marvin Duarte, Nathan Santos, Nina Souza, Renã Burkert e Rodrigo Bach Assistência de Direção: Ricardo Acosta Iluminação: Fabrício Simões Cenografia Eletrônica: Ocellis Inovações Eletrônicas Figurinos: João Bachilli Cenografia e adereços: Grupo Tholl Duração: 70 minutos Classificação: Livre

Por mim: Para começar, um espetáculo é composto de várias partes. Dentre elas a produção. Quando participando de um festival, infelizmente (ou felizmente), a produção da peça é acrescida da produção realizada pelo próprio festival. No caso dessa peça, houve cerca de trinta minutos de atraso para ABRIR os portões. Depois mais 20/30 minutos de atraso para iniciar. Imagine... Em seguida, descobre-se que a peça atrasou, porque os atores foram surpreendidos por uma apresentação extra antes da apresentação previamente marcada. "Tá beleza, que que isso tem de ver com análise crítica?" - Acontece que se trata de um espetáculo circense, que exige muita concentração e desgaste dos atores. E não apenas desgaste físico, mas mental e emocional também. Resultado: malabares caindo no chão, várias acrobacias notoriamente não executadas com a perfeição esperada (mas bah, eu entendo tudo de acrobacias haha), alguns atores visivelmente cansados. Apesar dos pesares, a caracterização dos personagens foi extremamente bem feita. As cores, os objetos no palco (havia uma espécie de “robô” enorme, de metal, no qual os atores se penduravam, ou usavam como base/apoio para alguns números) e os próprios figurinos eram de extremo bom gosto e muito bonitos. A peça tinha claramente um começo, um meio e um fim. A seqüência era bem lógica e não exigia muita perspicácia de nós, humildes leigos espectadores, expectadores, para captá-la. Inclusive em vários momentos poderia “começar” a entender a história. Em determinado momento há participação do público no palco. Por azar, o ator escolheu um “engraçadinho” da platéia e teve que contornar algumas situações, mostrando bastante preparo e muita astúcia. O que prova não só a versatilidade do ator, como a sua qualidade de preparação. A peça não foi muito longa. Por não se tratar de uma peça falada, a iluminação e os sons eram de enorme importância. Pois não fizeram por menos. Iluminação perfeita, em todos os aspectos. Sons em extrema sincronia com o andamento das cenas e de todo o espetáculo.

Doravante: Recomendo fortemente para todos os públicos e todas as idades. O Tól (Tholl) é visto por muitas boas línguas como o Cirque Du Soleil Sentimental Brasileiro. Não chega a tanto, mas eles não fazem tão por menos assim. São realmente um grupo de altíssima qualidade. Vá sem medo e leve aquela gata, ou mesmo os sobrinhos.


Máu-ri
Quase Crítico.
Quase Diretor.
Quase RP.

terça-feira, 13 de abril de 2010

"O Papa e a Bruxa"

Humilde Análise Crítica
Peça de Teatro: "O Papa e a Bruxa"

Sinópse: ´O texto ácido e engraçado do dramaturgo italiano Dario Fo, premiado com o Nobel de Literatura, mistura temas tabu na Igreja Católica. O Papa está no Vaticano com um enorme problema de coluna, que o faz caminhar todo torto. Ele é auxiliado por uma freira que tem poderes muito mais que científicos. Depois de uma série de incidentes, o Papa constata que ela é uma curandeira e a expulsa do Vaticano. Pouco tempo depois, a crise de dor aumenta e o Papa resolve procurar a Freira/Bruxa para resolver seu problema e a partir daí se questiona sobre as ações do Vaticano e da Igreja Católica. A obra encara com humor temas polêmicos, de difícil digestão para a Igreja, como a liberalização das drogas, o celibato, o aborto e a disseminação da Aids.`

Ficha Técnica
SAO PAULO - São Paulo
Grupo Parlapatões Texto: Dario Fo Tradução: Luca Baldovino Adaptação e direção: Hugo Possolo Produção executiva: Cristiani Zonzini Elenco: Hugo Possolo, Carmo Murano, Raul Barretto, Henrique Stroeter, Hélio Pottes, Fabek Capreri, Alexandre Bamba, Fernanda Cunha, Adônis Comelato e Ronaldo Cahin Cenários: Hugo Possolo e Werner Schulz Figurinos: Telumi Helen Trilha Sonora original: Paulo Soveral Iluminação: Reynaldo Thomaz Comunicação visual: Werner Schulz Objetos cênicos: Inês Sakai Voz em off: Antônio Fagundes Realização: Agentemesmo Produções Artísticas Duração: dois atos de 45 minutos cada com intervalo de 10 min. Classificação: 14 anos
Teatro da Reitoria da Universidade Federal do Paraná, 19/03/2010

Por mim: Peça de ampla divulgação da mídia, de uma companhia famosa, com grandes investimentos de todas as partes. Inevitavelmente cria-se certa expectativa antes de assistir a um espetáculo assim. O que torna muito fácil de se fazer uma crítica ruim, porque além da peça ter que agradar, ela tem que superar, ou pelo menos atingir o nível de suas expectativas. O cenário foi extremamente bem montado, com peças muito bonitas, bem colocadas. O palco foi utilizado quase que em sua totalidade o tempo inteiro, pois haviam sempre vários atores no palco simultaneamente. Para yo, que estavo na terceira fila, o áudio estava muito bom. Mas acredito que para quem estava da metade do teatro para trás não foi uma experiência fácil 'ouvir o que os atores diziam'. Os figurinos seguiam o tom e o capricho do cenário. Dava-se para notar que se tratava de uma peça muito bem produzida; mesmo para quem não acompanhou a divulgação que houve. Cada personagem estava muito bem identificado devido à sua excelente caracterização, como o Papa, as freiras, sendo aliás uma muito (qual o termo técnico para 'gostosa' vestida de freira?). A iluminação se saiu muito bem, porém as músicas e as trilhas sonoras algumas vezes pareciam não estar em total consonância com o resto da peça. Mas nada extremamente prejudicial ao andamento da peça. Pelo contrário, em determinados momentos servia de “intertextualidade” para o ator. O enredo da peça parecia ser muito interessante, mas a forma com que foi colocado não convenceu. Não ficaram muito claras algumas passagens, e por várias vezes se ficava em dúvida sobre o que acontecera. Os atores eram de renome, porém deixaram a desejar em muitos momentos, falhando até em falas simples. O espetáculo começou bastante atrasado. E até os atores reclamaram do calor no teatro. Um dos atores era o Perônio, do Castelo Rá-Tim-Bum, e sua voz extremamente reminiscentenmente boa de ouvir.

Doravante: Recomendo para seus pais, suas mães, seus avós mais ligados em humor televisivo global/sbtêtal. Bastante coisa pra rir dos atores, tipo alguma coisa da Zorra Toral e da Praça é Nossa. Não é de todo ruim, mas é longe de ser realmente crítica ou não-pastelona.

Máu-ri.
Crítico Semi-Profissional.
Aluno da Faculdade de Artes do Paraná.
Praticamente Bacharel em Comunicação Relacional Pública.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Humildade & Análises Críticas

Iniciada a temporada de análises críticas, com a maior humildade possível.
Intuitamos (sem relações com twiter ainda, mas note a ousadia da palavra escolhida) fazer deste veículo comunicacional, um veículo de comunicação, para que o mundo saiba sobre nossos talentos analisacionais em análises. Sempre com muita humildade e inteligência (baseada em anos e anos de estudos em humildade), comentários pertinentes e críticas construtivas serão apontadas cheias de boas intensões. Deixo claro que odiamos redundâncias, pleonasmos, tautologias e repetições. Porém, usa-las-emos quando humildemente julgarmos necessárias.
Serão analisadas: peças de teatro, alguns filmes interessantes, e espisódios de Family Guy.

Críticas, dicas, pedidos, sugestões, podem ser escritos nos comentários. Comcertezamente serão lidos, porém só serão considerados se forem relevantes. E sobre o assunto. E humildes. E necessários.


Semi-Especializado em peças de teatro teatrais: Máu-ri.
Praticamente Especialista em Filmes e livros (livros??) - Aline Mota.
Membro especialmente convidado para episódios de Family Guy: Piatan.