segunda-feira, 24 de maio de 2010

A Ópera Atômica: As Sete Faces da Verdade

análise musicalmente humilde e empolgada: A Ópera Atômica: As Sete Faces da Verdade

Sinopse/Editorial(curitibamix.com): “De 21 a 23 de maio a CAIXA Cultural Curitiba apresenta “Ópera Atômica – As Sete Caras da Verdade”. O espetáculo é uma espécie de uma ópera cômica em quadrinhos que satiriza o exagerado e o caricatural do mundo das óperas. O autor desta obra inusitada é Nico Nicolaiewsky, conhecido nacionalmente por seu trabalho no espetáculo “Tangos e Tragédias”. Numa trama engraçada e envolvente, um matador descobre que cometeu um engano ao assassinar sua vítima, que lhe sussurrou um segredo antes de morrer. A peça foi destaque no Festival de Curitiba em 2010. Segundo Maurício Vogue, que acumula as funções de diretor cênico e ator, o cenário e figurinos são concebidos em preto e branco. “A peça tem a cara daqueles quadrinhos antigos. A estética combina o exagero com um toque 3D, os objetos do cenário parece sair para fora da cena”, conta Maurício. “Quando descobri a obra do Nico me identifiquei, pois sempre fui cantor, fiz musicais e fazia tempo que queria montar um. A obra dá muitas possibilidades cênicas e de imagem, pois a abertura para poder brincar no palco é muito grande”, completa. A montagem conta com um elenco de quatro músicos, quatro cantores e oito coristas. A escolha dos cantores foi feita tendo em mente não apenas a qualidade musical dos profissionais, mas também sua capacidade de interpretação, com o objetivo de somar à proposta musical-cênica diferenciada deste trabalho.”

Ficha Técnica:
Autor: Nico Nicolaiewsky Direção, Cênica: Maurício Vogue, Preparação Corporal&Assistência de Direção: Carmen Jorge, Direção Musical, Arranjos e regência: Gilson Fukushima, Editoração Musical: Gilson Fukushima, Sérgio Justen. Cantores: Maurício Vogue - Rodolfo, Anderson Ombrelino - Narrador, Rosana Stavis - Mulher, Cassiano Wogel - Alencar. Músicos: Sérgio Justen - Piano, Valderval de Oliveira Filho - Percussão, Adriano Vargas de Alencar - Violino, Marsal Nogueira Pinto - Contra-baixo. Coro: Giovana de Liz, Diegho Kozievitch, Wagner Jovanaci, Gabriel MAnita, Thayana Barbosa, Elaine Anderle, Ari Almeida, Débora Bergamo. Preparadora Vocal: Márcia Kayser, Preparadora do Coro: Doriane Rossi, Iluminação: Waldo Leon, Figurinos: Eduardo Giacomini, Adereços: Adriana Almeida, Cenotécnico: Bira Paes.


Por mim: Opereta (operettita, se é possível a palavra), no meu preferido Teatro da Caixa, no domingo a tardinha. Um frio com chuviscos no lado de fora, e público muito bem educado do lado de dentro. (Teatro da Caixa, te adoro). Entramos no teatro, o palco estava montado, os atores aquecendo a voz e praticamente prontos no palco. Os quatro músicos (um baixo, um violino, um teclado e tímpano) acima do palco, na parte de trás. O palco era composto por m sofá preto ao centro, uma pequena poltrona (dessas moderninhas) à esquerda, em frente a uma tv, com um cara de pijama sentado. Do lado direito do sofá, um telefone desenhado, bem evidente. Mais à direita, uma porta. O coro, composto de 08 pessoas entre homens e mulheres. Bom, essa é uma das análises mais difíceis até hoje. Tenho que me segurar pra não ficar babando em cima da montagem do senhor Maurício (belo nome) Vogue. A peça consegue misturar meta-linguagem (de inserir um narrador/personagem participante, as vezes chamando o coro de figuração, e o maestro sendo um personagem atuante também) de uma maneira primorosa. Sem se tornar ridícula. O Coro era magnífico. Ninguém desafina. Ninguém era absurdamente fenomenal, superior. Mantinham uma média excelente de regularidade entre níveis. Estavam sempre se movendo em consonância. Resultado de muito ensaio, só pode. Iluminação mais ou menos estática. Foi difícil reparar na iluminação com os músicos e a sincronia entre atores e música. Músicos excelentes mesmo. Os atores cantores muito bem preparados. Foi uma das raras experiências que em três dias de apresentações eu fui no terceiro. Eu gosto mesmo é de ir na estréia. O enredo é interessantíssimo: basicamente um assassinato, ou muitos. Realmente ele abusa da repetição, só que de maneira lógica e legal. Os elementos diferenciais dentro de cada cena são muito bem colocados. São pequenos, poucos, mas que tornam uma cena bastante diferente da outra. Não fica nada claro demais, só o suficiente. Mas não há a menor preocupação que fique. A coisa anda sozinha. O final é extremamente surpreendente, ainda por incrível que pareça. Os figurinos são belíssimos, e fazem parte ativa do espetáculo. No mais, é a primeira vez que eu reclamo que uma peça foi curta demais. Na verdade foi menos da metade do que podia ter sido.
Doravante: Tá brincando? Depois de ver isso até eu quero escrever uma ópera assim!
Máu-ri
Musicalmente operando
musicalmente cantando
forever young. I'm gonna be.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Medéia

Peça da análise humíldica: (Marcelo Marchioro´s) Medéia.

Editorial(guidasemana.com)sinóptico: Algumas questões sobre a condição feminina na Grécia antiga são retratadas na peça Medéia, que estreia dia 13 de maio e fica em cartaz até 20 de junho no Teatro Guaíra. Com adaptação do texto original de Eurípedes (de 427 a.C), na montagem, as únicas personagens em cena são Medéia, interpretada por Claudete Pereira Jorge, e sua Ama, papel de Helena Portela. Todas as figuras masculinas foram suprimidas do texto original, assim como o coro. Com direção de Marcelo Marchioro, a história se passa na cidade de Corinto, onde Jasão e Medéia vivem exilados com seus filhos. A personagem é abandonada por Jasão, que vai se casar com a filha do rei Creonte, Glauce. Ameaçada ser expulsa da cidade, Medéia vinga-se matando a noiva, o rei e, por último, seus próprios filhos. Medeía consegue que Jasão deixe seus filhos levarem presentes para Glauce, sob o pretexto de conseguir as boas graças da princesa para as crianças, que assim poderiam ficar com o pai. Dois presentes envenenados: um diadema e um véu que, imediatamente após serem vestidos, pegam fogo. Glauce morre com os piores tormentos. O rei, vendo a filha morrendo, tenta ajudá-la e também morre. Jasão corre para casa para castigar Medéia e lá encontra os filhos mortos.

Ficha técnica:
Texto inspirado na obra de Eurípedes. Direção de Marcelo Marchioro. Elenco: Claudete Pereira Jorge e Helena Portela. Assistente de Direção Cléber Braga. Trilha Original Troy Rossilho. Iluminação Erica Mitiko. Cenários e Figurinos Ricardo Garanhani. Produção NBP Produções.

Por mim:Peça assistida cumprindo a seqüência de coincidência que foi, uma vez que acabamos de ver tragédias gregas em “história do Teatro”. Seguindo a linha analítica pretendida, e a influência facultística (se eu escrevesse facultativa não ia dar o mesmo sentido, uma vez que a referida palavra já existe), propus-me observar a peça de acordo com sua iluminância e todos os demais trabalhos relacionados à iluminação. ‘Claramente’ colocamos a premissa: vamos ver se os atores fogem da luz mesmo. E assim o tentei fazer. Então, como de costume, no Guarinha empoeirado, entramos. Curiosa, a peça, começou um pouquinho atrasada, porém por justificativa aceitável: e elenco já estava disposto no palco quando abertas as portas foram. Eu poderia reclamar do atraso e que ficamos dentro do saguão do teatro, apertados e encalorados. Porém duas razões não me permitem isto fazer: primeiro, entrei antes de ver as portas abertas, ou seja, azar o meu. Inguonorante que fui, não mereço reclamar. Segundo, estavo, eu, ao lado de Letícia Sabatella. No bom português caucasiano escuro ou não: “oo muié BONITA!”. Voltando à estreiosa peça, estava eu citando o cenário. Este, então, com uma seqüência de degraus, justapostos irregularmente. Cobertos por uma lona bege. Ou seja, uma espécie de escadaria, talvez rochosa, não linear. Duas plantas, uma claramente seca e morta, outra, creio que viva. Umas espécies de tecidos cor de barro avermelhado, em número de quatro (4), desciam do teto, atrás formando o fundo. Em um deles um rosto desenhado (mas que aparecia apenas sob iluminação específica). Ainda uma face de pedra, deitada, representando o rei Creonte. A atriz Claudete Jorge expressou muito bem as palavras difíceis do texto de Medeia. A dicção desta senhora é impressionante. Talvez minha limitação técnico-cenográfica não me permita falar mais da atuação desta senhora, só que gostei. A ama não ficou muito pra trás. Pronto, agora vamos a iluminação. Muito legal. A luz da frente e a luz de trás deixavam bem claro a diferença de planos. A luz mudava o tempo inteiro, geralmente iluminando o caminho que a atriz seguia. Por uma única vez conseguimos pegar no pulo a Medeia fugindo da luz. Mais precisamente a uns dois passos à esquerda de onde ela deveria estar. A senhorita Ama, quase foi pega também. Mas ela acertou por meio passo a luz. A peça teve duração de uma hora, e pela primeira vez em tempos, não senti passar tanto. Confesso que não me atentei tanto ao texto, mas mesmo assim, nas partes em que fiquei entretido nele, gostei bastante. Por se tratar de uma tragédia grande e pesada, acredito que o fato de eu ter gostado, corresponde à peça ter sido simples, não rebuscada demais, nem cheia de elementos complicados. Assim como a iluminação, o som e as atuações foram simples. Veja bem, não to dizendo modestas, pobres ou ruins. Tou dizendo simples. Sem perfumaria e peruagem. Éééé amigo, eu não entendo, mas eu sei que sou fraquinho pra isso. Moral da História: dá pra acreditar que gostei, porque eu acho que foi muito menos chata do que eu realmente achei que seria.

Doravante: Medéia. Euclides. Euclides não, Eurípedes. Faz diferença pra você? Se fez não vá. Se não fez, pode ir. Mas dê uma olhadinha na história antes. (ler acima já dá uma boa esclarecida).

Máu-ri
Semana Elogiado
Semana Elogiando
Semana matando saudade de postar aqui!