quinta-feira, 15 de abril de 2010

Formas Breves (Bia Lessa)

Análise dos fatos e das fotos:
Peça de Teatro: Formas Breves

Sinópse: "Peça em um ato a partir de fragmentos de livros de diversos autores (Dostoiévski, Tchecov, Thomas Bernhard, Kafka, Sérgio Sant´anna, André Sant´anna, Anaïs Nin, Pedro Almodóvar, Walt Whitman, Antonin Artaud, Elias Canetti, Bertold Brecht, Ian MacEwan, Marguerite Duras, Honoré de Balzac). A montagem foi criada a partir de trechos de obras para chegar a um trabalho onde a brevidade fosse apresentada com o propósito de dialogar com o universo contemporâneo. O ponto de partida para este trabalho foi a obra do escritor argentino Ricardo Piglia, também intitulada Formas Breves. O elenco é composto por indivíduos de diferentes origens e profissões e não por atores profissionais".

Ficha Técnica
RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro
Direção: Bia Lessa Dramaturgia: Maria Borba Iluminação: Pedro Farkas Trilha Sonora: Dani Roland Cenário: Bia Lessa e Camila Toledo Figurino: Bia Lessa Elenco: Anne Reis, Bruno Balthazar, Bruno Siniscalchi, Cris Larin, Danilo Watanabe, Denise Dietrich, Isabel Lessa, Karine Telles, Marcela Oliveira, Marcia Otto, Maria Borba, Mariana Rosa, Mauricio Lima, Thayna Lyasak e Vicente Coelho Duração: 75 minutos Classificação: 16 anos

Por mim: Ao se entrar no Grande Auditório do Teatro Positivo logo de cara se fixava o olhar no palco. A construção de um cenário indecifrável, a primeira vista, porém extremamente bonito de se olhar. E assim a peça começava a se caracterizar. No começo, os formatos das atuações e o áudio (sempre, não só nessa peça, com um incômodo ECO nesse espaço do Positivo) denotavam familiaridade com um filme. Entre uma cena e outra não há necessariamente um andamento lógico. Uma projeção atrás do palco, funcionando muitas vezes como uma legenda, o que facilitava a leitura de pessoas dos lugares mais longínquos. O fato de os atores não serem profissionais tirava um pouco o peso do palco, porém não achei que prejudicou em momento nenhum a qualidade do espetáculo. Algumas cenas muito fortes, como por exemplo, nudez durante um suicídio mal sucessido, duravam um pouco mais do que eu gostaria. A iluminação belíssima e a trilha sonora da mesma forma foram usadas de formas decisivas no andamento da peça. A música, especialmente, fazia TODA a diferença na construção dos climas, que variavam muito entre as cenas. Os figurinos e os objetos no palco eram sempre bem colocados, bem destacados e muito bem usados. Sempre ficavam muito claros do que se tratava. Acredito que se pode dizer que esteticamente foi um espetáculo belíssimo, seguramente um dos mais bem construídos que já vi. Havia fios prateados que com a incidência das luzes refletiam de maneira a tornar o ambiente preenchido de um brilho muito bonito. Quanto ao conteúdo da peça ficou bastante claro que não se tratava de uma estória cotidiana, normal, direta. Ela fazia alusões a vários autores famosos, na maior parte do tempo, que não que eu tenha um preconceito quanto a citar tanta gente junta, mas eu achei que não ia sair coisa boa..). Em determinados momentos, eram explicitadas quais relações que estavam sendo usadas, de quais autores. Por incrível que pareça deu muito certo. Finaliza sendo um trabalho contemporâneo, moderno, que utiliza bastante coisa de teatro moderno e que não se preocupa em conteúdo da história em si. O espetáculo é maior em vários outros quesitos.

Doravante: Recomendo fortemente essa peça para pessoas que gostam de Teatro. Não teatro engraçadinho ou simplório. Para quem gosta de experiências, de provar altas qualidades com viéses diferentes. A Senhora Bia Lessa está na lista das tops produções do Brasil. Ficarei de olho nesse nome. Fiquem também.

Máu-ri.
Praticamente Criticando
Praticamente Estudando
Praticamente Se formando

Um comentário:

  1. Alguma coisa em peças que exigem pré-requisitos de leitura sobre o conteúdo me incomodam profundamente. Pode ser que eu tenha boiado um pouco porque eu não li a obra do señor argentino Ricardo Piglia.

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