terça-feira, 27 de abril de 2010

VIDA

humilde análise da peça: VIDA

Descrição (tipo sinópse) :" Com base na obra de Paulo Leminski, a narrativa usa a inventividade, a linguagem e a força do poeta curitibano. Quatro pessoas de diferentes origens encontram-se numa cidade onde são obrigadas a permanecer em uma espécie de exílio. O fato que os une é fazerem parte de uma banda musical que prepara um show para comemorar o aniversário desta cidade. Os personagens, seus sonhos, suas histórias e a realidade prosaica de suas vidas em contraponto com as possibilidades de superação, transformação e entusiasmo são as linhas de desenvolvimento desta peça. O ponto de partida para a criação do espetáculo é o livro “Vida”, que batizou a peça e a releitura de ensaios, crônicas, prosas, música e poesia, além de entrevistas com familiares e amigos do escritor e poeta. Não se trata de uma adaptação, mas um reflexivo criativo da obra de Leminski. Uma reflexão contemporânea sobre arte e vida."

FICHA TÉCNICA
Gênero: Tragicomédia Diretor: Marcio Abreu Roteirista: Marcio Abreu Elenco: Giovana Soar, Ranieri Gonzalez, Rodrigo Ferrarini e Nadja Naira Duração: 100 minutos Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 14 anos Dramaturgia: Giovana Soar, Nadja Naira e Marcio Abreu Cenário: Fernando Marés Figurino: Fernando Marés Iluminação: Nadja Naira Trilha sonora: Andre Abujamra

Por mim: Citando meu colega que assistiu a peça uma semana antes de mim: "Uma aula de teatro!". De fato esse trabalho já começa a me agradar na primeira linha da descrição: Paulo Leminski. Eu sou fã de carteirinha desse senhor. Como se não bastasse, os atores são de um tal padrão que não estou acostumado. O senhor Ranieri Gonzalez é o que os russos costumam chamar de "ator completo". Faz barba, cabelo e bigode. Canta, dança e representa. Velocidade 5. Os demais, por mais complicado que o seja, não ficam nem um pouco para trás. Sinceramente, uma aula de teatro. O cenário é móvel, leve, grande, pequeno, fechado. A iluminação é perfeita, escura, focada, desfocada. A trilha é ao vivo, projetada, mecânica, a capela. O texto... bah, o começo da peça é Paulo Leminski do jeito que eu penso que ele seria: dando aula no cursinho. Odeio elogiar tanto uma coisa assim. Quando vinha vindo trabalhar (eu trabalho no blog), ouvia no rádio que a profissão de crítico é incitar o artista, criticando, na maneira pejorativa mesmo da palavra, de modo a fazê-lo buscar seu melhor, cada vez melhor, visando sempre a arte impossível; a melhor arte, mais bela. O que tornaria este nobre (de alguma forma) crítico 'co-autor' da obra. Então, mesmo com essa humildade toda, tenho que reconhecer que o trabalho foi de altíssimo nível. Se você fala francês, inglês, espanhol, russo, terá ainda uma diversão a mais. Veja só que amplitude vocabular. Mesmo sem ter uma história linear clara, é bastante compreensível, o enredo. Talvez foi um pouquinho mais longa do que eu esperava, mas eu fui vê-la depois de estudar a maior parte do dia né. Tenho que dar um descuento por tanto. A Companhia Brasileira de Teatro fez o nome que tem pesar. Me senti um aluno (que sou) do primeiro ano de teatro, que acaba de ver que falta muuuito até chegar no ano em que eles estão...
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Doravante: Recomendo para quem é vivo. A não ser que você não ache que valha a pena ver teatro de qualidade. Que possivelmente vai estragar as próximas peças que você vai ver, ah isso vai.
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Máu-ri
Elogiando
Eloqüentemente
Cursando o Primeiro ano

4 comentários:

  1. Caro do blog.
    Ao contrário de sua pessoa, sou uma mera expectadora de teatro, daquelas bem leigas, que vai porque alguém comentou algo por cima sobre algo de algum espetáculo que me fez pensar "hum, talvez seja algo de meu interesse". Fui antes de você. Fui durante o festivald e teatro e fiquei com uma impressão completamente distinta do senhorito. Será minha “leiguice”? Não. Havia cansaço em mim. Incrível como críticas me seduzem, eu mudo ou me permito mudar de olhares sobre algo que foi criticado. Pontos de vistas convidativos. Infelizmente fui antes. Teria sido bom tê-lo como companhia da platéia, para que você sussurasse sua pequena “aula” de coisas teatrais em meu ouvido enquanto eu via tudo aquilo meio “ãhn?”. Eu gostara muito da “mobilidade” do cenário, e do figurino.Mas, achei longa. A luz, é algo que estou aprendendo a perceber (agora me veio: recomendaria “in on it”, não sei se ta por aqui, esteve no FTC e é excelente). Enfim, foi bom ler seu blog. Me deixou menos “chata” em relação à Vida. Agradecida.

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  2. agradeço MAIS que você, porque você comentou! aeeeee pooonto pro time feminino! tuintuintuintuin

    haha

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  3. Adorei essa crítica!!!! Acho que foi a melhor de todas!!! :)

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