terça-feira, 20 de abril de 2010

Um Navio no Espaço ou Ana Cristina César

peça de teatro: Um Navio no Espaço ou Ana Cristina César

Sinópse: "Que espécie de força a impeliu a ditar seus primeiros poemas aos quatro anos de idade e a lançar-se no abismo aos 31? O que é ser poeta? Em torno da vida e da obra da mítica poetisa carioca, a peça não pretende responder indagações, mas ampliá-las. Com cerca de 90% do texto extraído de poemas, prosa, cartas e diários de Ana Cristina César, o espetáculo traz à tona sua busca, suas angústias, suas inquietações e seus enigmas. Espelhos suspensos multiplicam e distorcem as imagens projetadas, sugerindo um quebra-cabeças. O palco se projeta como extensão do tampo de uma mesa: uma estação de trabalho com livros, mídias dos anos 70, laptop e caderno de anotações. O videografismo e a animação simulam a produção em tempo real de desenhos, manuscritos e originais feitos na máquina de escrever, o processo febril de criação da poetisa."

Ficha Técnica
Texto: Maria Helena Kühner Direção: Paulo José Produção Executiva: Lucia Regina Souza Direção de Produção: Maria Helena Alvarez. Produção: Caravana Produções, Malagueta Produções e Ana Kutner Elenco: Ana Kutner e Paulo José Dramaturgia: Walter Daguerre Cenário: Fernando Mello da Costa Figurinos: Kika Lopes Iluminação: Paulo César Medeiros Trilha Sonora: Alexandre Elias Videografismo e animação: Rico Vilarouca e Renato Vilarouca Classificação: 14 anos Duração: 75 minutos

Por mim: A peça foi dirigida e estrelada por Paulo José. Foram duas noites no Guairinha, as 21 horas, começando no horário programado. Com a curiosidade de quando os primeiros expectadores entram no teatro, o ator já entra em cena e começa a falar, como se falasse com um público imaginário. Que em alguns instantes já não é mais imaginário. O palco é usado em sua totalidade, explorando-o muito em profundidade. (nos dois sentidos: o dimensional e no outro). Havia uma peça bastante importante do cenário bastante atrás no palco. A composição do resto do cenário não parava por aí. Cerca de três ambientes distintos, porém coexistindo em plena harmonia, lado a lado (a lado). A iluminação foi predominantemente muito escura, para acompanhar todo o peso do texto. Havia, ainda, o recurso da projeção, que foi usado de maneira não-fundamental na peça. Foi colocado meio fosco e torto, de maneira proposital, para compor mais uma peça do cenário, e do clímax total. O enredo era bastante confuso. Tratava de uma poetisa, não mais viva, e de sua produção. Para um leigo, como eu, no assunto, ficava sempre confusa a peça, e por vezes confusa demais, a ponto de sair de alguma linha de raciocínio que por ventura pudesse estar começando a criar em minha cabeça. Apesar disso, quando a peça termina, sai-se com uma impressão boa. Apesar de o enredo não ter ficado exatamente claro, a peça foi muito consistente. Ou seja, se era ou não pra ter sentido realmente não sei. O que aumenta o mérito do espetáculo, porque a impressão final é uma sensação de que o espetáculo foi. Tipo, plenitude, sacou brow? Fora que eu fui porque é o trabalho do Paulo José. Tem gente que transcende o normal. Que padroniza em um tal nível que está longe do nosso alcance breve. O senhor Paulo José é um desses seletíssimos nomes, hoje. Valeria a experiência, de qualquer forma, só pelo trabalho dele. Caso não conheça a história deste nobressíssimo senhor, recomendo conhecê-la. (dika: a Revista BRAVO! desse mês, abril de 10, traz uma ultra reportagem sobre ele).

Doravante: Recomendo para a intelectualidade. Se conheceres a Aninha (Cristina Cézar) vá com certezíssima. Se não, vá, veja Paulo José, e admiresse com o quão longe pode chegar o limite de uma pessoa. É de se admirar, no mínimo.


Máu-ri
Analisando o teatro
Variando o texo
Arrumando por preguiça anterior

2 comentários:

  1. Sou eu novamente.
    Coincidência, vi essa peça também antes de você. Eu morava no Rio (de Janeiro) quando a peça estreou, ganhei um convite de acompanhante de uma grande amiga. Fui com o maior prazer, em acompanhar a amiga e feliz por ser com o Sr. Paulo José (concordo plenamente com você, blogueiro).
    Eu nasci nos anos 1980, literalmente em seu meado. Ela é um pouco antes de mim, portanto, quando era jovem (e seus poemas) eu era criança ou algo assim. O que eu quero dizer é a sensação que eu tive depois da peça: “putz, como é que eu nem sabia quem era essa Ana Cristina?!” Não, não sabia. A conheci nessa peça (sob esta forma) e me encantei com seu jeito. A atriz também está muito bem. Eu achei. Inclusive ela é filha do Paulo José. Não por ser filha dele, mas achei ela muito boa. A forma da peça é boa, dinâmica -não dá sono, de jeito algum.Vale muito a pena, mesmo quem desconhece quem é/foi A.C.Cesar

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  2. SÉRIO QUE ELA É FILHA DO PAULO JOSÉ??? hahaha to bége.

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